segunda-feira, 2 de junho de 2014

FOTO DO DIA

A banda Crivo é da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo. Os oito anos de estrada e as participações em coletâneas e shows importantes pelo Brasil ajudaram a construir a identidade dessa banda que mistura mpb-pop-rock-punk-core-crivo-e-outras-coisas-mais. Os figurinos coloridos, a alegria contagiante no palco e as letras simples e diretas - que falam de tudo, sob a ótica do amor - vêm conquistando cada vez mais a simpatia do público que acompanha as meninas e os meninos do Crivo. Tati (vocal, megafone, bateria e metalofone), Matê (guitarra, violão, violino e backing vocal), Dimas (percussão), Bruno (baixo e backing vocal), Léo (bateria) e Marcio (guitarra e violão) pulam, dançam e embalam canções cativantes, sem deixar de lado a atitude do bom e velho rock'n roll. Música para ouvir e cantar, pensar e discutir, entender e amar.
O pop-rock brasileiro andava meio triste. Andava. Eis que surgem a cor, o retalho, o recorte e a música. Eis que surge o “Crivo” - espécie de isolamento acústico (as famosas caixas de ovos das feiras livres) – que, em meados de 1996, em nada diminuía o sofrimento dos vizinhos que, após muita reclamação, chegavam a tomar atitudes radicais ao desligar o interruptor do relógio do prédio para calar a guitarra e a batera de meninas de 14 e 16 anos, fascinadas com os primeiros instrumentos. Dessa forma a banda formada há oito anos deu os primeiros passos em Vitória (ES). 
A arte está no sangue da família. Netas de um palhaço profissional e uma malabarista de circo, daquelas que ficam presas pelos cabelos nos malabares, Tatiana e Matê Wuo herdaram a veia cênica e a potencializaram ao extremo, ao formar o Crivo. “Não tem jeito, a arte está no sangue. Sempre fizemos aulas de música, dança, balé, sapateado, teatro..., desde cedo ouvindo muito Rock and Roll!”, conta Tati, que além dos vocais, toca bateria, megafone e metalofone no disco. Mambembes do rock, as meninas recrutaram o caçula Dimas Wuo na percussão e o baixista Bruno Miguel. Leo Batista dividiu as baquetas com Tati e Márcio Pinho, as guitarras com a Gibson SG vinho de Matê, que também toca violino e violão no álbum. 
Após gravar dois CDs independentes (Ilusão – 1998; Crivo Acústico – 2000) e participar de diversas coletâneas de bandas nacionais, a banda Crivo estréia 2005 com o CD homônimo, lançado pela T-Rec (distribuído pela Indie Records), fruto de um festival produzido pelo selo carioca, que premiou a banda capixaba com um contrato, dentre mais de 800 bandas selecionadas. Por falar em concurso, Tati foi eleita a melhor vocalista do Espírito Santo este ano e recentemente teve sua fita selecionada dentre 40 mil concorrentes, para participar do “Fama”, famoso reality show musical da TV aberta. “Nem sei se era muito a minha onda, pois queria mesmo era trabalhar com a banda”, diz Tati, ficando pelo caminho. 
No disco, 14 faixas de “mpb-pop-rock-punk-core-crivo-e-outras-coisas-mais”, como eles definem o som da banda. Mais do que isso, Crivo é colorido. No figurino e no som. Na melodia alegre de “Pra Consertar”, “Munda Voltas” e no pá-pá-pá de “Por Ela ou por Você” a banda apresenta fórmulas simples e diretas para falar de amor. Até mesmo as letras que falam de solidão ganham ares cor de rosa, como as madeixas rosas-choque de Tati. “Que por sinal são lindas”, se derrete a vocalista. Criando a perfeita atmosfera e sintonia com a música, o figurino teatral das meninas completa o espetáculo. “Ao vivo tem que ter um brilho. O público merece isso. Somos fantasia, arte e hoje vejo cada vez menos isso nos shows”, explica a vocalista, que junto com as mulheres da família, confeccionam as peças usadas no palco.
Gravadas nos estúdios “Casa da Floresta” e “Casa do Crivo” – computadores turbinados com Protools – as guitarras, violões, baixo e vocais do disco, entre outros instrumentos de alegoria proporcionaram à banda lapidar belas melodias de “Movimentos” e “O Telefone”. O gás da batera veio depois, nos estúdios capixabas S2 e Vitória. O resultado pode ser ouvido nas faixas “Ainda Não” e “Do you Really”, que é repleta de guitarras e rifes. Por falar em rifes de guitarra, vale ressaltar o beatlemaníaco rife de “Frações do Tempo”, bem apropriado para Tati e Mate, que dão uma de Lennon e McCartney assinando grande parte das composições. Apesar das influências que transbordam as fronteiras do país, “Crivo” fez questão de manter a cultura capixaba presente com toques de tambores de Congo e moringas, como na faixa “Eu só queria”. Aquecendo ainda mais a cena musical do Espírito Santo, as irmãs apresentam no disco de inéditas, parcerias com músicos do estado, como Alexandre e Amaro Lima, Lúcio Manga e Paulo Sodré, entre outros. 
Enquanto a alegria do sexteto capixaba conquistou a Companhia Siderúrgica de Tubarão e a Prefeitura Municipal de Vitória, através da Lei de Incentivo à Cultura, Crivo vem arregimentando fãs por onde passa com sua trupe colorida. Em outros casos, a banda vem parando o trânsito literalmente, como no ensaio das fotos para o novo álbum. É o Crivo cruzando a Terceira Ponte (um dos cartões postais de Vitória que liga a ilha à Vila Velha) para ganhar o mundo.

 

COMPONENTES:
Dimas Wuo - Percussão
Tati Wuo - Vocal e Bateria
Bruno Miguel - Baixo
Matê Wuo - Guitarra e Vocal
Bernardo John - Guitarra
Léo Batista – Bateria

DISCOGRAFIA:
(1998) ILUSÃO (EP)

(2000) CRIVO ACÚSTICO
(2005) CRIVO
 
VÍDEOS/CLIPES:
Munda Voltas
http://www.youtube.com/watch?v=A-CC9nABTKk&feature=related











 
 
 

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