quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ÍDOLOS DA MPB

Marina nasceu no Rio de Janeiro, mas com apenas 5 anos mudou-se para os Estados Unidos da América com a família. Seu pai trabalhava no Banco Interamericano de Desenvolvimento e foi transferido para Washington. Lá, Marina teve suas primeiras aulas de violão. “Fiquei oito anos vendo o Brasil só nas férias. Detestava morar lá, por isso me apeguei muito à música, sentia muita angústia. O violão me aquecia.”
Em terras gringas, teve contato com diferentes culturas. Em casa ouvia música brasileira como Dolores Duran, Maísa, João Gilberto e Nara Leão. Nas ruas, os Beatles eram mania. Uma grande influência foi Tom Jobim, já que nesta época a bossa nova estourava nos Estados Unidos da América.
Aos 12 anos de idade volta para o Brasil, era 1967, época dos época dos famosos festivais de música da Record. Em sua 3ª edição, Gilberto Gil e Os Mutantes cantam “Domingo no Parque” e Caetano Veloso apresenta “Alegria, Alegria”. É o início do Tropicalismo, e de mais influências para Marina.
Mas são apenas alguns anos de Brasil e Marina vai para Washington continuar seus estudos de música. Seu irmão, Antonio Cícero, torna-se poeta, Marina pega alguns de seus trabalhos e musicaliza. Os dois são parceiros em composições até hoje.
Sua tia Léia escuta as músicas de Marina e a convence a vir para o Brasil tentar carreira. Já em 1977 “Meu Doce Amor” é gravada por Gal Costa no LP ‘Caras e Bocas’. Maria Bethânia quis gravar “Alma Caiada” em seu LP ‘Mel’, mas a canção foi censurada por causa do verso “eu não me enquadro na lei”.
Em 1979, Marina lança seu primeiro disco individual, ‘Simples Como Fogo’. “Um disco bem swingado, mas um pouco desigual.” Marina hoje considera que se meteu muito nos arranjos e que, por não ter experiência, ‘Simples Como Fogo’ acabou ficando sem identidade.
Em seu trabalho seguinte, que trazia novas composições com seu irmão Antonio Cícero, Marina resolveu confiar mais no trabalho do produtor. ‘Olhos Felizes’ saiu em 1980 e ficou bem mais padronizado, homogêneo. A música “Nosso Estranho Amor” contou com a participação de Caetano Veloso.
Já em ‘Certos Acordes’ (1981), Marina passa a trabalhar as harmonias com os músicos, tática que deu certo. o disco foi elogiado pela crítica, que percebia no trabalho algo novo, pop. Este foi o LP que lançou o hit “Charme do Mundo”.
O trabalho seguinte, de 1982, é ‘Desta Vida, Desta Arte’. Traz a faixa “Emoções”, de Roberto e Erasmo Carlos.
Em 1984 é lançado ‘Fullgás’, o disco que estoura Marina. ‘Fullgás’ está cheio de hits, como a música que dá nome ao disco, “Mesmo Que Seja Eu” (Roberto e Erasmo Carlos) e “Me Chama” (Lobão). Marina já tocou com Lobão muitas vezes, e diz ter com ele “uma afinidade de composição enorme”. É o próprio Lobão, aliás, que toca bateria nesse disco.
‘Todas’ é lançado em 1985. A faixa “Nada Por Mim” foi composta por Paula Toller e Herbert Vianna e entregue para Marina gravar. “Eu Te Amo Você”, de Kiko Zambianchi, é desse disco.
O lançamento seguinte, ‘Todas Ao Vivo’ (1986), ganha disco de platina, com 250.000 cópias vendidas. Era de se esperar, dados os vários hits reunidos: “Ainda é Cedo”, “Fullgás”, “Eu Te Amo Você”…
‘Virgem’ (1987) marca um novo ciclo para a cantora. “Gosto muito das músicas desse disco.” A música que dá nome ao trabalho foi feita em parceria com o irmão Antonio Cícero. O hit “Uma Noite e 1/2″ é desse trabalho também: “Eu sempre corria pelo calçadão do Rio – sempre gostei muito de ginástica ao ar livre, e o clipe de “Uma Noite e 1/2″ reproduz isso.”, conta a cantora.
‘Próxima Parada’ (1989), que traz o sucesso “À Francesa”, é um disco mais conceitual. Marina vinha de dois grandes sucesso, e fez um trabalho de transição, no qual revê sua posição diante da mídia e do público. “As mulheres são facilmente vistas como enfeite, fetiche, alguns jornais não estavam interessados no que eu tinha a dizer, mas sim no que eles tinham a dizer sobre mim.” Nesse sentido, ‘Próxima Parada’ reafirma sua relação com a música.
Em 1991, assina o nome inteiro pela primeira vez (até então, o público a conhecia só como Marina). ‘Marina Lima’ é um dos discos preferidos da cantora, quando começa a compor mais sozinha. “Grávida”, “O Meu Sim” e “Eu Não Sei Dançar” estão nesse álbum. Além disso, foi o primeiro produzido pelo baixista Liminha.
‘O Chamado’ (1993) é um disco melancólico, triste, que fala de perdas (Marina Lima perdera seu pai pouco antes) e que fez bastante sucesso. “As pessoas querem um disco pra fazer companhia, então as vezes um disco mais melancólico, um disco um pouco mais introspectivo, ajuda.”
‘Abrigo’ (1995) não traz composições de Marina, é um disco de interpretações. Nele Marina canta Tom Jobim, Rita Lee, Paulinho Moska, Zélia Duncan e outros. Liminha participa.
‘Registros à Meia-voz’ (1996) foi gravado numa fase difícil de Marina. Ela estava com depressão, tinha perdido a voz e foi obrigada a gravar por exigência do contrato da gravadora. “Foi onde eu entrei em contato musical com a dor.”
Com ‘Pierrot do Brasil’ (1998), Marina começa a dominar a linguagem MIDI, e imbui o trabalho de uma linguagem pop-eletrônica. O disco foi composto em Nova Iorque com Suba, um produtor iugoslavo. ‘Pierrot do Brasil’ possui até uma homenagem a Kurt Cobain: “Na Minha Mão”, parceria dela com Alvin L., cita uma frase de “All Apologies”, do Nirvana.
O próximo trabalho é ‘Síssi na Sua Ao Vivo’, de 2000. Boa parte da músicas fala de desencontros, solidão, e da vida no meio do caos das metrópoles. “Pierrot”, “Deixe Estar”, “Irremediáveis Mortais”, “O Solo da Paixão” e outras músicas de discos anteriores vêm agora em versão ao vivo. “Síssi” é composição sua com Fernanda Young, grande amiga de Marina.
No histórico mês de setembro de 2001, lança ‘Setembro’, com referências à guerra contra o terror pós-atentados no World Trade Center. O disco marca a volta da voz de Marina à sua antiga forma, e ela ressurge com levadas eletrônicas leves. A foto da capa do CD foi feita por Murilo Meirelles, o mesmo que a clicou no ensaio que fez para a revista Playboy, em novembro de 1999.
Em março de 2003 foi gravado o ‘Acústico MTV Marina Lima’. A obra de uma das maiores cantoras e compositoras do Brasil, revista e em versão unplugged. Mais um passo na carreira de uma das responsáveis pela introdução do pop no Brasil, e pioneira no estilo hoje seguido por Adriana Calcanhoto, Ana Carolina e tantas outras. E, pelo que ela mostrou, tal carreira está longe de acabar.
Em outubro de 2005 Marina Lima volta aos palcos, com o elogiadíssimo show “Primórdios”, no novo Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. No repertório, a cantora apresenta quatro músicas inéditas: “Anna Bella”, “Três”, “Valeu” e “Entre as Coisas”. E, em 04 de agosto de 2006, Marina lança o 18º disco de sua carreira – ‘Lá nos Primórdios’. O primeiro disco produzido pela cantora no seu próprio selo, Fullgás.
A turnê de lançamento do novo CD começa no dia 1º de setembro daquele ano.
Um ano depois de ter arrebatado crítica e público ao estrear no Auditório Ibirapuera, na capital paulista, com o show “Primórdios”, Marina Lima volta ao local para gravar um DVD.
No dia 28 de março de 2007 tem início uma nova turnê: “Topo Todas Tour”, onde a artista apresenta, além das músicas novas, seus maiores sucessos.
O ano é 2009. A cantora Marina Lima mostra seu novo show “Marina Lima e Trio, em Concerto”. No repertório, músicas inéditas e sucessos consagrados de sua carreira, como “À Francesa”, “Virgem” e “Fullgás”.
 

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