quarta-feira, 10 de setembro de 2008

MERCATTO DONA LORA - PROGRAMAÇÃO CULTURAL




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CLOUD COMPUTING


Computador nas nuvens?
Eis a última do mundo tecnológico: o cloud computing. em vez de guardar dados no seu computador você os armazena em servidores distantes e acessa tudo pela internet.



O americano Nicholas Carr, especialista em novas tecnologias, foi considerado polêmico quando começou a defender a idéia de que a internet irá, a curto prazo, disponibilizar tudo aquilo que hoje está instalado em computadores, incluindo os sistemas operacionais, as planilhas de textos e as de cálculos, o correio eletrônico, as músicas e fotos. Imaginou tudo isso arquivado em servidores distantes e acessado via internet? Parecia mesmo impossível. Mas foi com o aval de gigantes da tecnologia, como Google, Amazon, Dell, HP, IBM, Intel e Yahoo que esse conceito começou a se tornar realidade e ganhou o nome de cloud computing (computadores nas nuvens, em inglês). Até mesmo a todo-poderosa Microsoft começou a apostar nesse conceito com o Office Live, uma versão do programa Office via internet, apesar de exigir a dependência de programas instalados no computador ou notebook.



Traduzindo para o seu dia-a-dia, você já usa alguns serviços de cloud computing e nem sabe. Um exemplo é o e-mail. Quando usa serviços como Hotmail e Gmail, entre outros, você acessa sua conta com todas as suas mensagens a qualquer hora, em qualquer lugar e a partir de qualquer micro.
Isso acontece porque todas as mensagens estão armazenadas num servidor distante do seu próprio micro. Editores de texto, planilhas, apresentação, softwares de gestão empresarial e de relacionamento com clientes também estão migrando para este modelo. Hoje, cerca de 500.000 empresas em todo o mundo usam o Google Apps, ferramenta que reúne o gerenciamento de e-mail, documentos, calendário e mensageiro instantâneo. E não são apenas os softwares que podem ser acessados remotamente pela nuvem - como processamento e armazenamento da máquina. "Essas ferramentas deixam de ser uma opção para as empresas de ponta que aderem aos serviços inovadores para expandir maciçamente nos escritórios", afirma Daryl C. Plummer, vice-presidente do Gartner, em um podcast do instituto de pesquisa de tecnologia.



De acordo com Gilberto Mautner, sócio da Locaweb, empresa que planeja oferecer serviços com esse conceito ainda este mês, uma das vantagens do cloud computing é que todo mundo se entende com todo mundo, não importa se atrás do navegador está um Linux, um Windows Vista, da Microsoft, ou um Mac OS, da Apple. Mautner dá um exemplo da compatibilidade: "Você está no seu escritório e prepara uma planilha Excel num micro com sistema operacional Windows XP. Depois, segue para um cliente e faz ajustes no documento usando um micro com sistema operacional Linux e, à noite, em casa, faz modificações em tempo real com o Windows Vista, enquanto alguém, do outro lado do mundo, trabalha remotamente usando um Mac". Sim, a nuvem dá um jeito na torre de Babel eletrônica. "E ainda dá para compartilhar documentos, mandando por e-mail ou publicando numa página da internet sem qualquer tipo de complicação", afirma Mautner. E o lado positivo do cloud computing não pára por aí.



Nuvem de vantagens
Para José Nilo Martins, gerente sênior da Google Enterprise para o Brasil, com o cloud computing os aplicativos podem ser constantemente atualizados, uma vez que estão hospedados em um único ponto central. E, o que é melhor, os investimentos em tecnologia podem ser menores quando não se precisa de grande capacidade de memória. Dá até para extrair mais dos velhos micros.
"Com o cloud computing, qualquer um pode ter um supercomputador", afirma Cézar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil. Além disso, de acordo com Taurion, se você precisa de mais processamento, pode fazer uma atualização imediata de capacidade, sem precisar trocar componentes ou até equipamentos inteiros. O mesmo vale para armazenamento ou até mesmo atualização de programas.

Foi o que ocorreu com a rede de varejo americana Amazon.com. Para atender à demanda das datas de pico em vendas - como o Natal - a loja on-line chegou a investir em um poderoso parque tecnológico. No entanto, fora das datas sazonais, mais de metade dos recursos ficava ociosa. Para resolver o problema, em 2002, a empresa procurou uma fabricante de tecnologia para alugar sua estrutura no período crítico. A experiência deu tão certo que, em 2006, a própria Amazon.com lançou dois serviços abertos ao público que a colocaram à frente na corrida do cloud computing: o Simple Storage Solution (S3), que permite ao usuário comprar espaço para armazenar arquivos on-line; e o Elastic Compute Cloud (EC2), que permite utilizar máquinas virtuais completas.


São muitos os pontos a favor do cloud computing, mas é claro que há também alguns desafios que os fornecedores terão que enfrentar: a segurança e a confiabilidade. Para que o usuário confie seus arquivos a um terceiro, eles terão de garantir que os dados estejam devidamente protegidos e disponíveis 100% do tempo. Isso é ainda mais crítico quando se trata de informações empresariais, como processamento de dados financeiros. Outra questão que também está sendo discutida é a forma como esses serviços serão cobrados.
"Adeus licença de softwares e viva o aluguel mensal ou a anuidade", afirma Plummer, do Gartner.

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