quarta-feira, 26 de março de 2014

ÍDOLOS DA MPB


Iniciou a carreira no início da década de 1950 apresentando-se em programas de calouros como a "Hora dos comerciários", na Rádio Tupi. Atuou em seguida como crooner em diversas boates do Rio de Janeiro. Gravou o primeiro disco pelo selo Carnaval em 1951 com o samba "Saia branca", de Geraldo Medeiros e a marcha "Ai, que carestia!", de Victor Simon e Liz Monteiro. Em 1952, transferiu-se para São Paulo onde cantou como "crooner" nas boates Oásis e Arpége, além de apresentar-se na Rádio Excelsior. Sua capacidade de interpretar canções em inglês impressionou o futuro empresário Di Veras, que lhe criou aos poucos uma estratégia de marketing da qual fazia parte a maneira de se trajar, o repertório e atitudes nos palcos. Em 1953, gravou dois discos pelo selo Todamérica com os sambas-canção "Tudo lembra você", de Marvel, Strachey, Link e Mário Donato; "O teu beijo", de Sílvio Donato e "Ando sozinho", de R. G. de Melo Pinto e Hélio Ramos e a toada-baião "Aula de amor", de Poly e José Caravaggi, com acompanhamento de Poly e seu conjunto. Ainda nesse ano, assinou contrato com a gravadora Columbia na qual estreou no ano seguinte com o samba "Palácio de pobre", de Alfredo Borba e José Saccomani e a marcha "Criado mudo", de Alfredo Borba. Em seguida, fez sucesso com o slow-fox "Blue gardênia", de B. Russel e L. Lee com versão de Antônio Carlos, música tema do filme de Hollywood de igual título, que lhe abriu as portas para o estrelato.
Em pouco tempo o cantor se transformou em ídolo do rádio. Entrou para o cast da Rádio Nacional no mesmo ano. Dois anos depois, já era o cantor mais famoso do rádio, substituindo o fenômeno Orlando Silva de 20 anos antes, passando a ser perseguido pelas fãs em qualquer lugar onde estivesse. Muitas vezes, chegava a ter suas roupas rasgadas pelas admiradoras mais veementes, fenômeno inicialmente muito bem planejado pelo empresário Di Veras, como estratégia de marketing. Ainda em 1954, gravou também os sambas-canção "Só desejo você", de Di Veras e Osmar Campos Filho e "Triste melodia", de Chocolate e Di Veras e a marcha "Daqui para a eternidade", de R. Wells, F. Karger e Lourival Faissal.
Em 1955, lançou "Blue gardênia", seu primeiro LP no qual interpretou entre outras, a música título; "Triste melodia", de Di Veras e Chocolate; "Um sorriso e um olhar", de Di Veras e Carlos Lima; "Sem porém nem porque", de Renato César e Nazareno de Brito e "Final de amor", de Cidinho e Haroldo Barbosa. Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna "Discos populares" escrita por ele para o jornal O Globo como o "melhor cantor do ano" recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace. Em meados dos anos 1950, fez excursões aos Estados Unidos, onde gravou várias faixas com o nome Ron Coby, tentando uma carreira internacional que acabou não acontecendo, apesar de ter gravado com um dos grandes maestros da época, Percy Faith. Em 1955, o cronista Louis Serrano do jornal O Globo em sua coluna "Cartas de Hollywood" escreveu sobre ele:
 "Quem tem recebido elogios rasgados por aqui, é o jovem e modesto Cauby Peixoto. Não posso deixar de trazê-lo muitas vezes à minha coluna, sabendo como por aí devem estar seguindo os passos deste cantor que veio aqui gravar e está despertando tanto interesse que agora mesmo um caçador de talentos do Arthur Godfrey Show, de Nova York, anda procurando-o por toda a parte. É que Cauby veio para um hotel de Hollywood, o Knicherbocker, para ficar mais perto dos estúdios de gravação da Columbia! Se Cauby tivesse vindo para ficar, estou certo de que depois das apresentações iniciais que tive o gosto de lhe fazer e os contactos que lhe proporcionei, já teria um bom contrato. Mas o tempo limitado o tem feito perder boas propostas. "Too bad". Em 1956, gravou três LPs. Em "Você, a música e Cauby" lançou o grande sucesso do ano e sua interpretação mais famosa, o samba-canção "Conceição", de Jair Amorim e Dunga.Do mesmo LP faziam parte ainda "Siga", de Hélio Guimares e Fernando Lobo e "Molambo", de Jayme Florence e Augusto Mesquita. No LP "O show vaI começar" interpretou "Volta ao passado", de Fernando César; "Acaso", de Othon Russo e Nazareno de Brito; "Amor não é brinquedo", de Ibraim Sued e Mário Jardim e "Se adormeço" e "Piano velho", de Herivelto Martins e David Nasser. Ainda nesse ano, participou do filme "Com água na boca" no qual interpretou seu grande sucesso "Conceição".
Gravou em 1957, pela RCA Victor, o LP "Ouvindo Cauby" no qual interpretou canções clássicas: "Nada além", de Custódio Mesquita e Mário Lago; "Chora cavaquinho", de Dunga; "Deusa da minha rua", de Jorge Faraj e Newton Teixeira; "Serenata", de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa; "As três lágrimas", de Ary Barroso; "Flor do asfalto", de J. Thomaz e Orestes Barbosa; "Na aldeia", de De Chocolat, Carusinho e Sílvio Caldas e "As pastorinhas", de João de Barro e Noel Rosa. No mesmo ano, saiu da Rádio Nacional, transferindo-se para a Rádio Tupi. Ainda nesse ano gravou em disco de 78 rpm o samba "Nono mandamento", de René Bittencourt e Raul Sampaio que se constituiu em novo sucesso de sua carreira. Participou também dos filmes "Com jeito vai", cantando "Melodia do céu"; "Chico Fumaça", cantando "Onde ela mora" e "Metido a bacana", interpretando "O teu cabelo não nega".
Em 1958, lançou dois LPs, um pela gravadora RCA Victor e outro pela Columbia.
Gravou em 1960 o LP "O sucesso na voz de Cauby Peixoto" que marcou seu retorno para a RCA Victor.
No ano seguinte gravou "Canção que inspirou você", de Toso Gomes e Antônio Correia que deu nome ao LP lançado por ele naquele ano e que tinha ainda "Samba do avião", de Tom Jobim; "A vida continua", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "Poema da luz", de Maria Helena Toledo e Nelsinho e "Vou brigar com ela", de Lupicínio Rodrigues. Gravou o LP "Tudo lembra você", com a música título sendo uma versão de "These foolish things". No mesmo disco gravou "Tamanco no samba", de Orlandivo e Hélton Menezes; "Canção que nasceu do amor", de Clóvis Melo e Rildo Hora; "Meu amor, minha maldade", de Clóvis Melo e Rildo Hora e "Ave Maria dos namorados", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
Em 1964, abriu a famosa boate Drink, no Leme, em Copacabana, ao lado dos irmãos Moacyr, pianista, Arakén, trompetista e Andyara, cantora, apresentando-se em seu palco por quatro anos. Nesse ano, gravou o LP "Cauby interpreta".
Em 1968, gravou ao vivo na Boate Drink o LP "Um Drink com Cauby e Leny", com a amiga e cantora Leny Eversong.
Nos anos 1970 continuou fazendo shows em boates, mas viveu certo ostracismo na mídia, apesar de ter vencido, em 1970, o Festival de San Remo na Itália com a canção "Zíngara", de R. Alberteli, com versão de Nazareno de Brito. Nesse mesmo ano, atuou no filme "O donzelo", cantando a música "Vagador". Em 1971, participou do VI FIC da TV Globo, defendendo a canção "Verão vermelho", de Sérgio Ferreira da Cruz. Gravou pela Odeon em 1972 o LP "Superstar", com destaque para "Valsinha", de Chico Buarque e Vinícius de Moraes; "Detalhes", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; "Prá você", de Sílvio César; "Os argonautas", de Caetano Veloso e "Se todos fossem iguais a você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Em 1974, participou, ao lado da cantora Marlene, da série radiofônica "MPB-100 ao vivo", transmitida em cadeia nacional pelo Projeto Minerva, da qual resultaram oito elepês, produzidos pelo apresentador da série, R. C. Albin. Dois anos depois gravou pelo selo Som Livre o LP "Cauby" no qual cantou "Duas contas", de Garoto; "Cansei", de Raul Sampaio e Celso Castro; "A volta do boêmio", de Adelino Moreira; "O que foi que eu fiz", de Augusto Vasseur e Luiz Peixoto; "Perdão Mangueira", de Rutinaldo e Adelino Moreira e "Onde anda você", de Hermano Silva e Vinícius de Moraes.
Em 1979, participou do Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga, apresentando-se em Vitória, ES, e Recife, PE. Nesse ano, lançou também pela Som Livre outro LP intitulado apenas "Cauby".
Ao lado da cantora, e também amiga, Ângela Maria, gravou dois discos nos anos de 1982 e 1992, quando se apresentaram juntos várias vezes em shows montados no Teatro Casa Grande. O primeiro deles foi sugerido por R. C. Albin e dirigido por Augusto César Vanucci. Em 1982, lançou com Ângela Maria o LP "Ângela e Cauby" no qual interpretaram "Começaria outra vez", de Gonzaguinha; "Eu não existo sem você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; "Matriz ou filial", de Lúcio Cardim; "Como vai você", de Mário Marcos e Antônio Marcos, entre outras. Ainda nesse ano, lançou o LP "Estrelas solitárias", que trazia além da música título, de Gonzaguinha, obras como "Tortura", de Florbela Espanca e Fagner; "Gosto final", de Johnny Alf; "História de amor", de Ivan Lins; "Luiza", de Tom Jobim e "Tua presença", de Mauricio Duboc e Carlos Colla.
Em 1991, gravou o LP "Grandes emoções" pela Polydisc.
Em 1993, foi homenageado juntamente com Ângela Maria na festa de entrega do Prêmio Sharp, para os melhores da MPB. Em 1995, gravou pela Som Livre o CD "Cauby canta Sinatra" ao lado de grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Zizi Possi, e de uma estrela internacional, Dionne Warwick, interpretando clássicos da carreira do cantor norte americano. Fez uma particpação no filme "ED Mort" em 1997 cantando "Bastidores". Em 1998, a Polydisco lançou o CD "20 super sucessos - O professor da MPB - Cauby Peixoto", com seu sgrandes sucessos. Em 1999, gravou o CD "Cauby canta as mulheres", só de canções cujos títulos são nomes de mulheres, tais como: "Izabella", de Billy Blanco; "Lígia", de Tom Jobim; "Doralice", de Antônio Almeida e Dorival Caymmi; "Dindi", de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira e "Laura", de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho.
Seus grandes sucessos continuam a ser: "Conceição", de Jair Amorim e Dunga; "Blue gardenia", de B. Russel e L. Lee, com versão de Antônio Carlos; "A pérola e o rubi" (The ruby and the pearl), de Jay Livingston e R. Evans, com versão de Haroldo Barbosa; "Molambo" de Jayme Florence e Augusto Mesquita, "Nono mandamento", de René Bittencourt e Raul Sampaio; Tarde fria", de Angelo Apolônio e Henrique Lobo, "Ninguém é de ninguém", de Umberto Silva e Toso Gomes, com versão de Luiz Mergulhão, "Bastidores" de Chico Buarque e "New York, New York", de John Kander e Fred Ebb.

     

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