É comum ver um artista dizendo que gosta de cantar ou tocar algum instrumento desde muito pequeno. Ou ainda que começou a se envolver com música desde os cinco, seis anos de idade por causa dos pais ou parentes. É tão usual ouvir uma história assim que pode até ser chocante quando algum artista diz que só foi descobrir sua vocação depois dos vinte anos de idade. E foi exatamente isso que aconteceu com Ana Cañas.
A cantora, na verdade, começou a fazer teatro ainda jovem e acabou tomando tanto gosto pelo mundo cênico que resolveu cursar Artes Cênicas na ECA-USP. Foi aí que ela entrou em contato com a música: ao fazer um teste para um musical, ouviu pela primeira vez um standard de jazz interpretado por Ella Fitzgerald. Ana diz que, ao ouvir a americana cantar, ficou profundamente tocada e que sentiu que aquele era uma espécie de ‘momento-colisão’: “Tudo se esclareceu no meu coração, na minha alma. Eu sabia que tiinha encontrado meu caminho através do profundo amor que senti pela beleza e transcendência do canto de Ella.”
Depois disso, não teve volta: Ana começou a cantar jazz na noite paulistana. Se apresentou em bares e hotéis até ser contratada pelo renomado Baretto (Hotel Fasano) que teve, entre os habitués de suas apresentações, Chico Buarque e Paulinho da Viola.
A certo ponto, teve vontade de consolidar sua carreira. De que maneira fazer isso? A resposta que ela achou foi gravar um disco.
“Amor e Caos” foi lançado em 2007. O álbum apresenta a Ana compositora e tem claras influências de jazz e MPB, tanto que a cantora foi indicada como a grande promessa da música popular brasileira por muitos críticos.
Em 2009 chegou às lojas o segundo disco da cantora, “Hein?”, que deixou bem claro que Ana Cañas não pode ser simplesmente rotulada ‘disso’ ou ‘daquilo’. No álbum produzido por Liminha, a cantora acrescentou à sua sonoridade o rock e o reggae, além de contar com participação de Gilberto Gil e a parceria de Arnaldo Antunes em cinco das 12 canções que compõem o disco. O álbum também trouxe o maior sucesso de Ana até então, a balada “Esconderijo”. Escrita por ela, a canção integrou a trilha sonora da novela global “Viver a Vida” e alcançou projeção nacional.
Além de críticos e fãs, quem também se encantou por Ana foi Nando Reis, que a chamou para fazer uma participação em seu álbum de 2009, ‘Drês’. A canção “Pra Você Guardei o Amor” foi tema de novela e tocou nas rádios de todo o país, atingindo
25 milhões de views no youtube. Em 2010, a cantora lançou a música “Luz Antiga”, composição de Nando escrita especialmente para Ana.
Em 2012, Ana lançou seu terceiro e aguardado disco, intitulado “Volta”. O trabalho foi gravado inteiramente ao vivo e conta com canções autorais inéditas (“Urubu Rei”, “Será Que Você Me Ama?” e “Volta”) e versões para clássicos da música (“La Vie En Rose”, “Stormy Weather”, “My Baby Just Cares For Me” e “Rock and Roll” do Led Zeppelin).
O lançamento foi realizado pelo novo selo da cantora, Guela Records, em parceria com a gravadora Som Livre. O show novo “Volta” conta com a direção e iluminação de Ney Matogrosso e sua estréia nacional aconteceu em Junho de 2012 em São Paulo, obtendo sucesso de público e crítica por onde passou.
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