Zeca Pagodinho, batizado de Jessé Gomes da Silva Filho, nasceu no Irajá em 4 de fevereiro de 1959 e foi criado em Del Castilho. Filho de Seu Jessé e Dona Irinéa, quarto de uma família de cinco crianças, desde cedo já trocava as aulas por uma boa roda-de-samba. Por isso, depois da quarta-série, não quis mais saber de escola.
Nos anos 70, o partido-alto começa a se tornar uma febre nos subúrbios do Rio. E entre um samba e outro, Zeca se virava como podia. Feirante, camelô, office-boy, contínuo e anotador de jogo do bicho. Fez de tudo. Desta época, surgiram amizades valorosas como Sérvula, Dorina, Paulão Sete Cordas, Monarco, Mauro Diniz, Almir Guineto, Bira Presidente, Beto Sem Braço e Arlindo Cruz. Freqüentava também as rodas do Cacique de Ramos.
No inicio dos anos 80, Pagodinho começa a se estabelecer como um versador de respeito. Em parceria com o flautista e partideiro Cláudio Camunguelo, teve sua primeira música gravada: "Amargura". A faixa entrou no repertório do segundo disco do grupo Fundo de Quintal, fundado em 1977 e originário do Cacique de Ramos. A aproximação com o grupo acabou levando Zeca Pagodinho para perto de Beth Carvalho. Foi ela quem gravou seu primeiro sucesso: “Camarão que Dorme a Onda Leva", que ganhou até clipe no Fantástico. A madrinha ainda gravou "Jiló com Pimenta" (Arlindo Cruz e Zeca). Depois foi a vez de Alcione registrar "Mutirão do Amor" (Zeca, Sombrinha e Jorge Aragão) no LP "Almas e Corações", de 1983.
O pagode, então, já se preparava para estourar no Brasil. A RGE lançou a coletânea "Raça Brasileira" (1985). Entre as canções de Zeca estavam "Mal de Amor", "Garrafeiro", "A Vaca" e "Bagaço da Laranja". Foram 100 mil cópias vendidas. No ano seguinte, o sambista estreava em disco solo, "Zeca Pagodinho”. Emplacou os sucessos "Coração em Desalinho", "Quando Eu Contar (IáIá)", "Judia de Mim" e "Brincadeira tem Hora", atingindo a marca de um milhão de cópias vendidas. Pela RGE ainda gravou "Patota do Cosme" (1987). Em seguida, se mudou para a RCA (atual Sony-BMG), ao lado de Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Na casa nova, ele gravou "Jeito Moleque" (1988), "Boêmio Feliz" (1989), "Mania da Gente" (1990), "Pixote" (1991), "Um dos Poetas do Samba" (1992) e "Alô, Mundo!" (1993). Em 1995, foi para a Universal, onde gravou "Samba Pras Moças" (1995) que tem em seu repertório sambas como, "Vou Botar teu Nome na Macumba" (parceria com Dudu Nobre) e "Guiomar" (de Nei Lopes). O próximo disco “Deixa Clarear" (1996) traria alguns dos maiores sucessos da sua carreira como "Verdade", “Conflito", "Não Sou Mais Disso" e "Jiló com Pimenta".
Ainda vieram "Hoje É Dia de Festa" (1997), "Zeca Pagodinho" (1998), "Zeca Pagodinho Ao Vivo" (1999), "Água da Minha Sede" (2000) e "Deixa a Vida Me Levar" (2002) que estabelece o artista como um dos grandes nomes da música brasileira. A música título vira o tema da Copa e o disco ganha o prêmio de “Melhor Álbum de Samba” no Grammy de 2002.
Em 2003 lançou o “Acústico MTV Zeca Pagodinho" (CD e DVD). O disco foi um sucesso instantâneo. Em 2005 lançou “À Vera” e em 2006 repetiu a parceria com a MTV que, de forma inédita, resolveu repetir o projeto acústico com um mesmo artista, com “Acústico MTV 2: Gafieira - Zeca Pagodinho”.
Em 2008, lançou “Uma Prova de Amor”, cd com 16 faixas, sendo treze inéditas e três regravações. Sob produção musical de Rildo Hora, o disco conta com participação especial de João Donato em "Sambou, Sambou", releitura de uma canção do próprio pianista, Jorge Ben Jor na emocionante “Ogum”, na qual ele recita a oração de São Jorge, e a Velha Guarda da Portela, parceira de longa data de Zeca, no pot-pourri que reúne os sambas "Falsa Jura", "Pecadora" e "Manhã Brasileira".
Em 2010, lança seu 22º cd, 'Vida da Minha Vida", dedicado a sua madrinha Beth Carvalho. Produzido por Rildo Hora, o cd traz 15 faixas, incluindo inéditas, regravações de clássicos de Gilson de Souza, Nelson Sargento, Monarco, Dona Ivone Lara e Fagner, além de inéditas de Nelson Rufino, Zé Roberto e uma parceria de Zeca com Arlindo Cruz.
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