quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

MINHA VISÃO DO SHOW DO METALLICA - SP 31/01

Chegamos sábado em São Paulo. Eu, minha esposa Patricia, meu irmão Marcelo e Daniela, sua esposa e minha mãe, Marisa. Batemos perna, fomos em vários lugares. Isso cansou as pernas e os pés. Nossas entradas estavam compradas para o dia seguinte, domingo.
Segundo a imprensa local no show de sábado a estimativa era de 62.000 pessoas no estádio do Morumbi. Lotado até o talo.
Durmo ansioso, porém muito cansado, então apago.
O domingo chega e eu não consigo sair da cama do hotel, nem descer pro café da manhã. O cansaço era intenso. Queria me privar de me mexer sem necessidade para poupar energia pro show. Então, só saí do hotel para almoçar em um restaurante de massas, afinal, carboidrato é energia!
Voltamos para o hotel e o tempo que no dia anterior estava ótimo, começa a mudar. Nuvens pesadas fecham o céu de São Paulo. No Pacaembu, chove. Às 17:30, descemos eu, Patricia e Marcelo para pegarmos um táxi e partir para o Morumbi. No caminho pancadas de chuva isoladas.
Chegando no estádio, aquela cena que há tempos não via. Um formigueiro humano. Gente pra peste. Como o limite para o taxista nos deixar era no portão 02, tivemos que andar só um pouquinho até o portão 18, que era praticamente do lado oposto de onde o taxista nos largou. E fomos embora!
O portão 18 era destinado a pista vip, a entrada foi muito tranqüila, a revista policial também. Então subindo a rampa como se fossemos jogadores de futebol, a primeira impressão é marcante. Aquele puta palco e muita gente já em campo. O céu nubladasso, porém sem chuva. Para não dar mole, compramos as famosas capas de chuva. A aéra vip tem capacidade para 2.000 pessoas, mas nem de longe tinha tanta gente assim. Segundo funcionários do local o domingo tinha menos público.
No palco uma movimentação de roadies faz crer que em breve o Sepultura começara sua apresentação. E as 19:00 eles entram. Delírio da geral. Começa a chover pra caralho. Põe a capa de chuva. E tome chuva. Agora um detalhe. O som do Sepultura estava medíocre. Assustou de ver aquilo. Nem quando eles tocaram no Álvares Cabral há uns 04 anos tava tão ruim assim. Não sei porque acontece isso com bandas de abertura. Meio falta de respeito. E a galera aos berros: “Aumenta o som, aumenta o som.”
Quando o Andreas quis falar algo no microfone só saiu a voz dele no palco. Ninguém entendeu nada e acho que nem ele.
Antes um pouco do show começar, eis que na minha frente surge Rodrigo Daros, ex parceira da minha banda Espírito de Porco e sua esposa. Tomei um susto quando ele chegou de capa de chuva gritando: “Putaquepariu!!!” – hehehe. Ficamos trocando idéia e logo chega com cara de perdido, Jorginho, ou melhor, Ticano. Aí volto com minha teoria que capixaba é que nem pombo, tem em qualquer lugar! Surpresa de tê-los em nossa companhia, formava o bonde capixaba.
Voltando ao Sepultura o set list pancada deles foi esse:
· A-Lex IV
· A-Lex I
· Moloko Mesto
· Refuse/Resist
· Dead Embryonic Cells
· Filthy Rot
· What I Do!
· Convicted in Life
· We've Lost You
· Troops of Doom
· Inner Self
· Sepulnation
· Slave New World
· Territory
· Arise
· Conform
· Roots Bloody Roots
Tirando o péssimo som e a chuva, a presença de palco dos caras foi convincente.
Acaba o show. A galera começa a gritar “Metallica, Metallica”. Um batalhão entra no palco para deixar tudo pronto pro maior evento da minha vida. Depois de tudo mapeado, microfones a postos, cada roadie de cada integrante entra no palco. O primeiro foi o do Lars. O cara deu uma bumbada na bateria que de tão alto fez a galera pirar. Isso passando o som. O bumbo do Lars era mais alto que o som do show do Sepultura todo. E não é brincadeira. Depois entra o roadie do Kirck Hammer, logo em seguida do James e por fim o Trujjillo. O som do baixo bateu no estomago. Já são 20:40. As luzes se apagam. A histeria é geral. Os telões ascendem e começa a introdução...Meu Deus, penso eu...e bum, começa o espetáculo. O set list de domingo foi esse:
· Creeping Death
· Ride The Lightning
· Fuel
· Sad But True
· The Unforgiven
· That Was Just Your Life
· The End Of The Line
· Welcome Home (Sanitarium)
· Cyanide
· My Apocalypse
· One
· Master Of Puppets
· Fight Fire With Fire
· Nothing Else Matters
· Enter Sandman
No bis:
· Helpless (Diamond Head cover)
· Hit The Lights
· Seek & Destroy
Um espetáculo de tirar o fôlego! Som alto pra caralho, a banda feliz com os integrantes pirando juntos e em seus momentos separados. O palco maravilhoso, pirotecnia em músicas com One, deixaram o público de boca aberta. A parte em que eles tocam Enter Sandman também é demais! James Hetfield bastante comunicativo com a platéia que respondia prontamente em coro suas perguntas. Detalhe que me marcou. Todos os microfones são colocados para que o James possa cantar onde quer que ele esteja no palco. Não é aquela coisa configurada do vocalista no meio, batera atrás e dos lados baixo e guitarra solo. Todos andam pelo palco, sobem e descem pela estrutura montada, fazem back vocal também em qualquer microfone. Achei isso de uma dinâmica que só as bandas fodas com muitos anos de estrada conseguem fazer de forma normal, criativa e profissional. Fora a tocada. Ninguém era, ninguém masca nota, Kirk Hammet sola igual a um animal, parece que tem dez dedos na mão esquerda, Robert Trujjillo e seu estilo ogro é um show a parte, Lars e seu domínio com os dois bumbos, fora as caras e bocas, coisa normal de todo baterista e James no comando da festa. São muitos anos de metal pra ficar foda daquele jeito...
Vai chegando o fim do show, a emoção vai batendo. Todos querem ouvir Seek & Destroy. Hetfield brinca e pergunta: “What?”. A geral alucinada pede e ele manda pra fechar com chave de ouro, como o próprio disse “Essa música tem três simples palavras...Seek And Destroy”!!!
O Metallica brinca no palco e vai se despedindo jongando kilos de paletas e baquetas, algumas munhequeiras para o publico que se mata pra pegar uma lembrança. Confesso que tentei pegar uma paleta também, mas quando saí do transe já era tarde pra isso.
Vale a pena conferir alguns vídeos abaixo do Metallica.
Não sei o que esperar por aí ao longo do ano, mas ao contrário do que disse Cazuza, nem todos meus heróis morreram de overdose!














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